Educação e Cultura

Escola Vilarejo Recife (Associação Vilarejo)

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Descrição do Projeto

A Escola Vilarejo Recife é mantida pela Associação Vilarejo, uma associação sem fins lucrativos. Iniciamos nossas atividades escolares em fevereiro de 2023, ou seja, temos pouco mais de um ano de atuação. Oferecemos turmas de Educação Infantil (Maternal e Jardim) e Fundamental I (por enquanto, 1º e 2º ano) e atividades de contraturno (tardes brincantes). Trabalhamos na construção de uma educação para a transformação social, rumo a um futuro mais diverso, inclusivo e com respeito ao chão em que pisamos, inspiradas e inspirados em Paulo Freire, Emmi Pikler e Rudolf Steiner. Em nosso currículo, além das disciplinas da base nacional, temos matérias extras, como capoeira, música, trabalhos manuais e aquarela. Temos uma política de Economia Fraterna e de acolhimento financeiro, e quase 40% de nossas crianças são bolsistas – entre integrais e parciais.

Temos 4 pilares que fundamentam nossa prática escolar-comunitária:
CONSTRUÇÃO COLETIVA/PARTICIPATIVA: a qual ancora a gestão escolar na horizontalidade e na contribuição coletiva equivalente, com eficácia e transparência.
BASE NO CONTEXTO SOCIOCULTURAL LOCAL: é preciso explicar que, tradicionalmente, a pedagogia Waldorf utiliza-se de pressupostos eurocêntricos que não fazem sentido em nossa construção. Por isso, optamos por “traduzir” essa metodologia para a realidade cultural nordestina recifense, através de um pensamento sócio-político crítico, do fomento das manifestações culturais e de práticas sustentáveis com a comunidade e o meio ambiente. Para sermos coerentes com nossos ideais, agregamos aos saberes de Steiner outras perspectivas pedagógicas que dialoguem com o nosso território.
TRANSDISCIPLINARIDADE: através de um planejamento estratégico, integramos à pedagogia Waldorf outras inspirações pedagógicas com valores humanitários na construção de uma escola laica, que reverencia a ciência e as diferentes abordagens pedagógicas. Os pressupostos de Paulo Freire e Emmi Pikler têm sido cruciais para a execução de nosso projeto de forma coerente.
INCLUSÃO GLOBAL: com a construção de práticas comunitárias e escolares propositivas de antirracismo, de inclusão de classes e de acolhimento à neurodiversidade, aos diferentes corpos e experiências humanas. Esse princípio norteia nosso planejamento filosófico e estrutural.

Entendemos como diferenciais de nossa escola: 1) a união de dois aspectos fundamentais: um projeto pedagógico inspirador e uma formação baseada em justiça social; e 2) o modelo de autogestão e sem fins lucrativos.

O pilar pedagógico da nossa comunidade escolar é a integração de correntes filosóficas e pedagógicas entre a Pedagogia Waldorf, que guia nosso planejamento, ritmo e rotina escolar, e a Pedagogia Freiriana, que nos atualiza e ancora nossa perspectiva sociopolítica. Freire nos conduz por uma educação transformadora social e emancipatória, que nos faz fincar o pé no contexto local e nas raízes culturais dos educandos. Steiner enriquece nosso repertório com uma metodologia que promove autonomia, através da percepção integral de cada indivíduo, e nos conduz na formação de seres humanos livres, capazes de construir seu próprio futuro. Emmi Pikler, por sua vez, agrega coerência ao nosso projeto por prezar pelo respeito ao tempo e ritmos nos cuidados diários básicos com as crianças, pelo vínculo estabelecido com o educador referência e enfatiza a importância de um apego seguro, da autonomia, do brincar livre e do devido desenvolvimento da motricidade. Essa tríade molda nosso olhar sobre as crianças, mas também sobre o mundo e as pessoas que nos cerca. Através dos ensinamentos de Freire, Pikler e Steiner, conduzimos nossas crianças (e adultos!) por um caminho coletivo de liberdade individual e transformação social. Afinal, a educação cura e liberta!

Os conteúdos vivenciados pelas crianças em sua formação são selecionados com todo cuidado para que reflitam nossa preocupação com justiça social. A perspectiva antirracista e decolonial nos impulsionam para uma revisão crítica das narrativas dominantes, ao mesmo tempo em que valoriza vozes e experiências das culturas e povos colonizados, historicamente marginalizados, e fomenta a ação em prol de um mundo mais igualitário.

No ensino da Educação Infantil, enxergamos na infância a janela de oportunidade ideal para incrementar uma nova visão de sociedade. É nessa fase em que os pais mais se envolvem diretamente na educação dos filhos. É durante esse tempo que os sonhos para esses novos seres são mais abertamente vivenciados. Além disso, o tempo da infância é sagrado, uma oportunidade única de auxiliar esse novo ser que se forma a se constituir por valores que perdurarão por toda sua vida.

Práticas infantis, para nós, nada triviais, precisam ser resguardadas, como o brincar livre e a exploração curiosa do mundo. Desenvolver e se apropriar do corpo físico são as principais atividades nos primeiros sete anos de vida, e é brincando que as crianças ensaiam a vida em sociedade, se reconhecem como parte de um coletivo e constroem sua subjetividade. Brincando livre, se sujando, se molhando, correndo e pulando, elas fortalecem sua consciência corporal e seu potencial criativo emerge sem amarras. Dessa forma, as diferenças são compreendidas num ambiente saudável e acolhedor, em que as unidades individuais se somam para formar um coletivo mais diverso e plural.

Na educação fundamental, as crianças começam o processo de escolarização formal. O brincar ainda é preservado, mas cede espaço para aulas que são planejadas para encantar o educando. A/o professor/a assume o lugar da autoridade amada. O silêncio e a concentração são incentivados pelo interesse pelo saber. As letras e os números chegam para as crianças através de histórias, formas e músicas. Elas recebem aulas de instrumentos diversos, cada um a seu tempo, têm a oportunidade de vivenciar as potências do corpo e a expressão artística. Aulas de trabalhos manuais, que privilegiam as práticas tradicionais como tricô e crochê e materiais locais, oferecem para as crianças um conhecimento ancestral que os vincula no tempo e espaço com a cultura humana. A arte, na verdade, é a forma com que o conhecimento é tecido de dentro para fora.

Consideramos também um aspecto fundamental nossas práticas de autogestão, que se baseiam em relações horizontais e com contribuição coletiva, tanto das famílias, quanto do corpo pedagógico. As tomadas de decisão principais são realizadas com total transparência, em assembleia das pessoas associadas, buscando um consenso dentro da nossa diversidade. Vale destacar que todos são incentivados a se associarem, desde funcionários, professores, pais, mães, familiares e a comunidade externa à escola. As decisões em assembleia, de acordo com nosso estatuto, precisam ser tomadas preferencialmente por consenso, e esse é o grande exercício enquanto adultos socializados em um mundo onde a lógica mercantil e individualista é o normal. Temos, através dessa instância, uma oportunidade de exercício prático e direto para executarmos a comunicação empática, a escuta ativa, a tolerância e o respeito num modelo vivencial e direto.

Nós compreendemos que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, segundo o que postulou brilhantemente Paulo Freire. É isso que buscamos materializar em todas as dimensões da nossa instituição. Promovemos oportunidades de autoeducação para que o ambiente escolar em sua plenitude, de fato, constitua uma comunidade salutogênica interna e externamente.

Impacto Positivo

NOSSA EXPECTATIVA DE MUNDO É A NOSSA CONTRIBUIÇÃO PARA O MUNDO Enxergamos nas crianças e em todos, indivíduos capazes de contribuições únicas para a sociedade hoje e sempre. Portanto, a educação precisa compreender o indivíduo em todas as suas dimensões e complexidade, sendo abraçado por uma comunidade consciente de seu papel na formação desse cidadão. Entendemos que a escola não é um espaço apenas de educação de crianças, mas um local de aprendizado social da comunidade: crianças, jovens, famílias, professores, extrapolando o espaço físico para nosso entorno. Além do impacto direto na formação de crianças e jovens em busca de uma mudança social e uma realidade mais justa, também estamos colaborando para o aprendizado das famílias. Para nós, escola é lugar de transformações sociais. E o movimento de mudança só começa quando nos abrimos para vivenciar uma coletividade diversa. Só assim é possível educar crianças e famílias para o mundo de verdade. A Vilarejo constitui, na prática, uma oportunidade de executar o modelo de sociedade que acreditamos num microcosmo, que se expandirá cada vez mais: hoje, com nossas ações diretas; e amanhã, através da formação desses novos cidadãos. Nessa expansão, enxergamos também uma trama da cultura, onde cada fio tece o colorido do nosso território. Acreditamos que uma transformação social de grandes proporções também se inicia nesta pequena Vila. Na Escola Vilarejo Recife a educação emana em todas as direções. Os pais estão em constante estudo e aprendizado para desconstruir paradigmas sobre si e sobre a construção coletiva. Os professores se reúnem semanalmente, além de participarem de formações semestrais para atualização e compartilhamento dos saberes teóricos e práticos. Queremos construir uma nova sociedade, permeada por afetos e sem a valorização de hierarquias. Para isso, acreditamos que além do resultado final que desejamos, de contribuir com a formação de seres humanos livres, nos importa também escolher caminhos que valorizem a solidariedade, a escuta ativa, o diálogo, o aprendizado e a construção coletiva.

Representante

Tiago Franca Barreto

Categoria

Educação e Cultura

Educação (cursos online, escolas, material didático)

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