Consiste numa dinâmica de comunicação, com aplicativo próprio e estatísticas, para compartilhar orientações de boas práticas, relacioná-las a qualidades (comumente chamadas de ;soft skills;) e competências (comumente chamadas de ;hard skills;), e avaliá-las ao longo do tempo, nas relações profissionais e pessoais.
O aplicativo orienta as avaliações em 360º de maneira constante, e a recorrência é conforme as avaliações e a prioridade configurada para cada coisa. Individualmente, as pessoas podem escolher em que querem ser avaliadas, fazer suas auto-avaliações e convidar outras pessoas para que lhes avaliem. E de maneira semelhante é a funcionalidade em grupo, voltada para equipes, famílias etc.
Com o aplicativo dando a devida orientação para a síntese, de maneira plural as pessoas descrevem só o necessário. Em rede, há reputação para quem publica conteúdo, mas não é um requisito. Há muitas plataformas populares mundialmente que são exemplos de dinâmica assim, em que a maioria das vezes não é necessário publicar nada. Porque são questões comuns em que basta pesquisar para encontrar quem já o fez. Ou, publicar e aproveitar a oportunidade de tomar a frente.
Por fim, é possível gerar um índice individual, numérico e transparente, do acumulado envolvendo o nível e a relevância de cada qualidade e competência que a pessoa exerce em suas relações e nas orientações em rede. E apresentar gráficos em linha do tempo, que permitam reconhecer as que vão bem, e dedicar atenção nas que precisam melhorar.
Tem diferenciais em relação às dinâmicas de feedback que se vê comumente em ambientes de trabalho. Porque é orientada para o máximo de objetividade e pragmatismo, ao invés de permitir subjetividades e julgamentos, algumas vezes gerando frustrações reprimidas e acumuladas, e traumas. É possível acompanhar tudo de forma compreensível, ao longo do tempo, e sensível ao contexto das relações com as pessoas que participam.
Tem diferenciais também em relação aos testes psicométricos e de aptidão, que se vê no mercado e que servem para gerar índices. Porque é possível compreender perfeitamente as avaliações. E principalmente, o que fazer para melhorá-las, mas a partir das relações, que é o que importa. Isso ao invés de cálculos de pesos ocultos, relacionados a perguntas e respostas (leia-se Teoria de Resposta ao Item), onde boa parte das pessoas não se identifica com os resultados finais, após o preenchimento dos formulários. Logo, uma experiência de frustração e impotência, sem ter como contestar ou ver caminhos para melhorar.
O objetivo principal é oferecer uma dinâmica pragmática e meritória, que deixe estimulante dar e receber críticas, de fato construtivas. Ao invés de subjetiva, questionável e traumatizante. E assim, em melhoria contínua, as frustrações reprimidas e acumuladas se vão, e as pessoas então ficam, em suas relações profissionais e pessoais.
E o objetivo secundário, mas ainda mais importante, é permitir que as pessoas tenham as expectativas certas sobre as competências e qualidades umas das outras, em rede. Não limitar as oportunidades de ganho de reputação e credibilidade, de ser referência em assuntos, só para quem teve o privilégio de desenvolver seus negócios e sua auto imagem. Também, permitir que através das avaliações as pessoas tenham o reconhecimento de terceiros. Com isso, tratar de situações de autossabotagem, como se vê em pessoas com o complexo do impostor, por exemplo.
É possível dizer que se assemelha e traz inovações em relação a soluções envolvendo: Gestão de Desempenho por Competências, Avaliações Psicométricas, PVA / Values Assessment, Feedback 1-1 e 360º, Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), e dinâmicas de suporte em aprendizagem. Para o indivíduo, um agente tecnológico, uma unidade lógica, que sob medida ajuda a ter bom senso de escolha sobre onde investir atenção e energia intelectual: por um lado, em receber orientações para as questões que se precisa melhorar; por outro, em identificar onde se tem aptidão e se pode oferecer orientações potencialmente brilhantes. Para o coletivo, uma plataforma para dar e receber orientações para a melhoria contínua de qualidades e competências, pode aumentar o escopo e a escala do conhecimento humano e da consciência. O índice calculado é diretamente proporcional às avaliações recebidas, à prioridade e relevância das qualidades e competências oferecidas em seu contexto, e às orientações que foram contribuições que serviram de meios para avaliações em rede. Com isso, acaba sendo uma quantificação de valor agregado transparente, gerada de maneira multilateral, baseado em oferta, procura e qualidade. Em cadeias de valor, as remunerações e preços geralmente são arbitrados por desigualdades e imposições unilaterais, como define o conceito da mais-valia. Mas, se passassem a ser arbitrados por índice assim, a dinâmica mudaria de tal forma que então passaria a valer à pena cada pessoa desenvolver e entregar constantemente o máximo das suas qualidades e competências. Na dinâmica profissional dentro de uma organização, se ganhos financeiros e definições de funções e cargos passassem a ser influenciados por índice assim, então: permitiria a poda de elos hierárquicos não-essenciais; e deixaria mais transparente a relação entre o que se faz, a posição que se ocupa e o que se recebe de retorno. Essas coisas não ocorrem em hierarquias piramidais, principalmente quando a mobilidade para ocupar diferentes cargos é dificultada por conflitos de interesses mal orientados e falta de lastro de credibilidade. (...) Estruturas excessivamente verticalizadas não se adequam mais ao paradigma produtivo atual. O excesso de elos entre tomadores de decisão e demais cargos deixou de ser visto como sinal organizacional positivo, e passou a ser visto pelo que é: uma forma de exclusão dos especialistas do processo decisório. É difícil e árduo criar lastro de credibilidade, e por isso o acúmulo de responsabilidades e tomadas de decisão em poucas pessoas. (...) A confiança das chamadas figuras de poder hierárquico está em declínio, e isso transcende a política, onde é assunto corrente. Está atingindo também o universo corporativo, uma tendência que podemos chamar de ;a crise dos chefes;. (...) - Álvaro Machado Dias. Politicamente, ter relações justas de troca pode promover experiências positivas entre indivíduos antagônicos. Pode servir de contraponto às tendências atuais de bolhas de viés de confirmação, entre outros movimentos semelhantes. "(...) Erro de raciocínio é temporário. (...) Grupos em competição uns com os outros, temporariamente não se gostam e se agridem. Mas se colocados em cooperação, resolvendo problemas juntos, isso se torna permanente. (...)" - Elliot Aronson. Por fim, lastro de credibilidade e reputação consistentes permite tratar qualquer assunto de maneira apropriada. Até mesmo numa dinâmica padrão de rede social, tudo mudaria completamente se postagens, curtidas, comentários, compartilhamentos e seguidores passassem a ter a relevância calculada por índice assim, ao invés de peso 1. Tudo isso dá um leque amplo de novas oportunidades, vista por vários ângulos. Em última instância, possibilidades realmente emancipatórias e revolucionárias.
Alceu Medeiros
Tecnologia da Informação (Desenvolvimento de software, segurança cibernética, análise de dados)